quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

As Asas da lontra Bernardina


Era uma vez uma lontra que queria ter asas. Era mesmo o seu sonho, ter asas e voar como um pássaro. Até que um dia telefonou às suas amigas para perguntar se tinham asas, mas todas as suas amigas lontras responderam que não. Certo dia ela ouviu uns pius de dor…
-Ui, ui, ui.
Era o Borrelho – de – Coleira – interrompida que estava a gemer com dores. Era um grande amigo da Bernardina e procurou por ela para que o ajudasse.
A Bernardina foi logo ver o que se passava. Ao Borrelho – de – Coleira - interrompida doía-lhe a pata, estava deitado mesmo em cima da toca da Bernardina.
-O que se passou Borrelho? – Perguntou a Bernardina.
- É que já há dias que me doía a pata e hoje estava a voar e deu-me uma dor que não aguento.
- Espera! Acho que tenho uma boa solução. Fiz uma poção que cura as feridas! – Disse a Bernardina.
E lá foi ela buscar a poção. Ofereceu-a ao Borrelho que a bebeu sem hesitar pois a dor se mantinha. Depois de a ter tomado ficou como novo. Já não sentia dor e estava com bem de saúde. Convidou então a Bernardina para um passeio no Jardim e ofereceu-lhe morraça verde como gratidão pela poção magnífica que curou a sua dor. O Borrelho aconselhou a Bernardina a misturar a morraça numa das suas poções, de modo a obter a poção certa para lhe crescerem asas. A Bernardina lá foi para o seu laboratório de alquimia e trabalhou muito para conseguir uma boa poção. Mas com apenas a morraça não conseguiu as asas que tanto queria. Apenas conseguiu adquirir uma cor toda moderna, rosa choque toda gira. Claro que não ficou nada satisfeita.
No outro dia recebeu mais uma visita. A andorinha-do-mar-anã foi visitá-la muito aflita, pois o mar na Praia do Barril estava quase a chegar ao seu ninho que estava construído perto das dunas. A corrente estava muito forte e a Andorinha estava desesperada, com medo de perder os seus filhotes. A amiga Bernardina vestiu imediatamente o seu fato de mergulho, meteu os seus óculos de mergulhadora e lá foi, nadando, experimentando todas as posições de braços e pernas possíveis. Chegou mesmo a horas de salvar o ninho e os ovinhos da Andorinha. Como agradecimento, a Andorinha ofereceu-lhe estorno flexível para que ela pudesse utilizar no seu laboratório. Claro que a Bernardina foi correndo para casa e juntou mais este ingrediente à sua poção mas nada conseguiu. Apenas conseguiu continuar com aquela cor rosada e mais um bigode arco-íris. A Bernardina já estava desesperada, sem conseguir as suas asas e agora com os bigodes.
No dia seguinte, bateram à porta da sua casa. Era a dourada sua amiga também muito preocupada pois como enfermeira chefe que era, queria salvar os ovinhos da grande corrente do Oceano. A Bernardina ajudou a enfermeira Dourada a colocar os ovinhos num sítio seguro e a dourada como recompensa ofereceu à Lontra plâncton. Com o plâncton, a Bernardina fez uma nova poção, mas esta também não lhe deu as asas que ela tanto queria. E assim, conseguiu apenas ficar com a sua cor rosada mais uns bigodes arco-íris e agora mais com bolinhas azuis.
Bernardina chorou, triste por não conseguir o seu sonho. Sentindo a sua tristeza, o seu amor Abana-Abana, foi visitá-la. Bernardina não se queria mostrar mas depois de muita insistência por parte do seu namorado, abriu a porta. O Abana-Abana ficou de boca aberta e Bernardina explicou-lhe tudo o que tinha acontecido, as três visitas que tinha recebido e como tinha feito três poções diferentes com cada um dos ingredientes oferecidos pelos três amigos. O Abana-Abana teve uma ideia e disse:
- Oh, Bernardina. E se misturasses os três ingredientes mágicos.
Foi o que a Bernardina fez e num momento de magia e imaginação misturou no seu caldeirão gigante a morraça, o estorno e o plâncton. Tira que põe, mexe que gira e já está. Bebeu a nova poção e trimplintim, champarim. As asas saíram-lhe lindamente e Bernardina voltou a ter a sua cor natural.
Feliz experimentou logo as suas novas asas e foi juntar-se com todos os outros animais na festa da Baixar-Mar. No baile estava tudo a bombar e Bernardina apareceu, tirou o seu casaco e todos admiraram as suas novas asas. Até o mago Zoico bateu palmas e juntou-se aos outros animais marinhos na grande Festa da Baixa-Mar. Bernardina voou, voou, rodopiou, cantou e deslizou no céu estrelado.
E com o tira que põe, mexe que gira acabamos esta história.

Realizado por: Ana Rainho, Érica Sousa, Patrícia Cruz e Henrique Lopes
Baseado no livro contos do Mago.

Sem comentários: